A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (13) mandados em uma operação contra supostos desvios em emendas parlamentares. O dinheiro desviado iria para o Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul.
Os investigadores identificaram que o esquema envolvia o chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT), Lino Furtado, o lobista e diretor da Metroplan, Cliver Andre Fiegenbaum, além de funcionários da instituição de saúde. A PF também localizou um contrato formal e notas fiscais que demonstram o pagamento pelo hospital de “comissões” à empresa “CAF representação e intermediação de negócios”, de propriedade de Cliver. Em um dos endereços dos mandados, policiais encontraram aparelhos celulares escondidos no forro do teto.
As investigações indicam que, Lino Furtado, teria acordado o direcionamento de propina com Cliver André Fiegenbaum em troca da indicação de emendas para o hospital. O repasse dos valores à Fiegenbaum ocorreria através de uma empresa do lobista.
O valor, segundo a Polícia Federal, seria de 6% sobre a verba enviada ao hospital. De 2023 a 2024, o deputado federal enviou R$ 1 milhão à instituição. O hospital repassou pelo menos R$ 509 mil à companhia ligada a Fiegenbaum. A PF ainda investiga se a ‘comissão’ envolve emendas de outros deputados.
Essa negociação foi registrada em contrato, que detalhava as condições. Segundo a PF, o documento tinha como objetivo dar aparência legal e facilitar a lavagem das quantias desviadas, por meio da emissão de notas fiscais fraudulentas. A Polícia apontou ainda o envolvimento de funcionários do hospital, que teriam atuado para acobertar e facilitar o esquema.
Os mandatos de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e tramitam na Corte em função do foro privilegiado de Motta. O deputado não foi alvo das diligências requeridas pela PF.