Em trote, calouros são obrigados a segurar cabeça de porco no RS; veja


Um trote para calouros do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na última sexta-feira (15) está gerando polêmica no meio acadêmico. Apesar de atitudes violentas e abusivas serem proibidas pela instituição, dezenas de alunos foram forçados a segurar uma cabeça de porco com as mãos e ainda foram atingidos por um líquido que continha vísceras de peixe, ovos vencidos e farinha (assista ao vídeo).

O trote foi realizado na sexta-feira (15), no Campus do Vale, mas a gravação foi divulgada somente nesta quarta-feira (20). Em contato com o G1, a UFRGS disse que uma reunião com os alunos está programada para esta quinta-feira para decidir quais medidas serão adotadas em relação ao trote. Ainda não há comunicado oficial da universidade.

O estudante de ciências biológicas Fabrício Dutra estava passando pelo Campus do Vale da UFRGS, em Porto Alegre, quando notou o trote incomum. No mesmo momento, pegou a câmera do celular e começou a filmar. "Eu e mais alguns colegas achamos muito violenta essa forma de trote e resolvemos gravar. O pessoal não quis deixar e nos xingou bastante. A cabeça de porco nas mãos dos alunos foi o ápice da brutalidade. Os 'bixos' tinham de fazer uma espécie de juramento para o animal e depois ainda esfregavam cabeças de peixe neles", relata o estudante ao G1. "Em seguida, vimos um líquido nojento sendo despejado na cabeça de cada um. Tinha sangue, vísceras de peixe. Um absurdo", define Fabrício.

O estudante de Biologia afirma que um trote parecido aconteceu nas dependências da faculdade nesta quarta-feira (20). "Colocaram alguns alunos numa piscina de plástico e encheram com o mesmo líquido de peixe e ovos podres. E tudo isso acontece ao lado do Restaurante Universitário da UFRGS", diz.

"No meu curso, os veteranos pedem para que os calouros façam um juramento abraçando uma árvore. Depois se faz uma espécie de jogo de futebol com sabonete, uma coisa bem normal, nada de violência. O trote deve ser uma brincadeira", ascrescenta Fabrício Dutra.

Em seu site oficial, a UFRGS disponibiliza as orientações sobre os trotes realizados na universidade. Entre as recomendações, solicita que "sejam evitadas nas atividades de trote práticas que envolvam violência sob as formas física, sexual e psicológica, bem como importem desrespeito à vida e à dignidade humana". Ainda segundo o texto, os responsáveis pelos abusos não devem ficar impunes.

Facebook


Twitter


Sound Cloud