A partir do dia primeiro de setembro, o montanhista Henrique Scalco Franke inicia mais uma expedição, dessa vez ao Manaslu, no Nepal. Com essa escalada, Henrique será o primeiro gaúcho a chegar no topo da oitava montanha mais alta do mundo, com 8.201 metros sobre o nível do mar. A expedição faz parte do projeto Catorze 8000+, que iniciou em 2018 com a escalada ao Everest.
Familiarizado com esportes desde a infância, Henrique Franke foi o 19º brasileiro e o 3º gaúcho a escalar a montanha mais alta do mundo. Desde a infância, participou do movimento escoteiro, onde tomou gosto pelo contato com a natureza e pelos esportes de aventura. A adrenalina fascinou o santa-rosense que, mesmo formado em Engenharia Ambiental, optou por dedicar-se às escaladas. Assim, quando voltou da expedição ao Everest, Henrique decidiu iniciar o projeto inédito no Brasil.
O projeto Catorze 8000+ consiste em realizar a escalada das 14 montanhas com o cume acima dos 8.000 msnm, localizadas no Nepal, China, Índia e Paquistão. "Vou fazer o que nenhum brasileiro já fez, vou escalar as montanhas mais altas do mundo", relata Henrique. Atualmente, no mundo, existem 38 montanhistas que cumpriram este projeto. Figura nessa restrita lista apenas um sul americano e nenhum brasileiro. O montanhista ainda afirma que, com o Catorze 8000+, terá oportunidade de conhecer diferentes lugares, culturas e também desenvolver um projeto social.
Devido à formação em Engenharia Ambiental, Henrique pretende começar um projeto de saneamento nos locais em que realizar as escaladas. A partir de pesquisas feitas, percebeu que o turismo nos vilarejos acaba provocando impactos ambientais negativos, principalmente problemas no esgoto. Na volta da expedição ao Manaslu, Henrique deve permanecer cerca de 10 dias no Himalaia, onde fará um diagnóstico da situação do esgoto da região para estudar possibilidade de melhorias.
Para os posteriores estudos, já existe interesse de pesquisa com Universidade para desenvolver um sistema de tratamento de esgoto. Assim, pretende, no próximo ano, implantar o projeto piloto. "Essa é a forma de eu deixar algo em troca para quem ajudou a conquistar meu sonho, uma troca para essa comunidade", conta Franke. Por enquanto, Henrique segue nos preparativos para o próximo desafio, a montanha Manaslu, que inicia no dia três de setembro.